Vocalista do Green Day diz em Nova York que pretende tocar no Brasil
Eram 18h e a monotonia dos arredores do histórico Webster Hall de Nova York era perturbada pelo movimento intenso na porta e também pelas filas imensas que dobravam o quarteirão. A cena pode ser uma rotina nos finais de semana para a casa de shows que resiste firme desde os anos 80 na lista dos nightclubs mais respeitados da cidade, mas para uma terça-feira (19) e ainda mais em tempos de crise surpreende. O palco estava montado para receber o Green Day, que lança o álbum "21st Century Breakdown".
O show de lançamento foi o primeiro de uma turnê de 43 apresentações que seguem ate o final de agosto. Os ingressos para este espetaculo foram totalmente vendidos no momento em que foi anunciado, há duas semanas.Nos primeiros acordes de "21st Century Breakdown" deu para notar que Billie Joe estava com saudades do palco. A plateia ferveu o show inteiro até a esperada hora do bis, que começou com "American Idiot", seguida por "Jesus of Suburbia", "St Jimmy" e "Longview". Parecia que não ia mais ter fim e a banda dava a entender que tinha fôlego para virar a madrugada. A cada momento esperava-se que fosse tocar "Boulevard of Broken Dreams". Nesse compasso o bis foi se estendendo com cada um dos sucessos antigos da banda. Às 23h15, Billie Joe jogou a toalha e deu a entender que aquele era o fim. O bis que duraria sete músicas acabou em exatas 14.Nada de piercingO novo disco mostra o amadurecimento da banda. As músicas estimulam a reflexão sobre o momento político-social americano. Nada como uma banda punk em crise de meia idade. Billie Joe está ciente da passagem dos anos e pelo menos nesse show nao apresentava mais os cabelos tingidos ou algum piercing pelo corpo."Evitamos tocar 'Boulevard of Broken Dreams' porque queremos manter o foco nesse novo álbum", explicou o vocalista ao Jornal do Brasil, no camarim. "Aquela música ainda toca muito nas rádios e isso atrapalha o desenvolvimento desse trabalho".Sobre a evolução das canções, diz que este é o princípio da banda há 21 anos. "A nossa batida continua punk, mas ainda estamos questionando o porquê de tudo. Se você observar bem nossas letras desde o começo elas não mudaram muito. O que mudou fomos nós, já náo somos adolescentes, temos responsabilidade e isso se reflete no nosso trabalho".
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E adianta a possibilidade de a turnê passar pela América do Sul. "Vamos tocar no Brasil no ano que vem com toda certeza. Só não sabemos exatamente quando. Isso está sendo arranjado agora, mas é certo. Já estou ate ensaiando algumas palavras para animar o público de lá", contou Billie, apressado em deixar a casa de shows.
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